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Reinterpretações literárias

Meu namorado me presenteou com uma mesa digitalizadora e meu primeiro desenho foi uma releitura de uma foto da Virgínia Woolf. 

Achei justo, afinal, ela sempre me ajudou a conseguir expressar meus sentimentos mais profundos (por meio de uma tradução indireta, baseada em seus personagens). 

Imaginar ela totalmente colorida foi uma forma de trazer vida a alguém que eu só enxergava nas páginas dos livros. 
Há um ano eu comecei uma série de desenhos (fiz um só) sobre minhas escritoras favoritas. Um ano depois, cá estou, com o segundo desenho.

Simone Weil achava que a atenção era a forma mais rara e pura de generosidade. É o que faz a gente ser gente: a capacidade de olhar e escutar o outro. De verdade.
 
Por isso, junto com o desenho, vem a dica da semana: leiam Simone Weil. E, se possível, pratiquem atenção (com assiduidade).
Assistir aulas on-line me faz colocar em prática meu único meio de aprendizado:
escutar enquanto mantenho a mão ocupada com algum desenho. Hoje foi Sylvia Plath. 

Quando se tem 19 anos, é fácil se identificar com a personagem Esther Greenwood, de A Redoma de Vidro. Na verdade, ainda é fácil aos 24. 

Ler o que a Sylvia Plath escreveu é se encontrar na sua indecisão e na sua ansiedade por viver tudo (ao mesmo tempo em que se considerava tão limitada). Tanto que, não foi à toa que eu meti uma frase e um desenho dela nas duas únicas tatuagens que tenho (o que me lembra que aos 21 anos nós somos meio emocionados mesmo).

Se você também não sabe o que fazer (ou o que ler), é emocionado(a) e não está interessado(a) em respostas sabichonas: procure por Sylvia Plath. Ela também não sabia o que fazer.
Reinterpretações literárias
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