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Feira Hippie de Belo Horizonte - Identidade Visual

A Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte, popularmente conhecida como Feira Hippie de Belo Horizonte representa bem a riqueza e a variedade cultural presente na mineiridade, sendo um espaço de interação simbólica composto pelo hibridismo cultural e sincretismo religioso, onde se encontram diversos tipos de pessoas, de classes sociais, religiões, nacionalidades e visões de mundo completamente diferentes. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, a feira é dividida em 16 setores, incluindo três áreas de alimentação, com mais de 2.000 expositores e cerca de 10 mil trabalhadores diretos e indiretos, onde recebe, em média, 60 mil visitantes a cada domingo e é reconhecida como à maior feira de artesanato a céu aberto da América Latina. Um espaço onde diversos profissionais, entre eles artistas plásticos e artesãos de diversas especialidades se reúnem para expor e vender os seus trabalhos, proporcionando uma interação mais pessoal e popular com o seu público. Utilizando elementos da estética cultural Uairismo é possível apresentar uma proposta um pouco mais moderna sem se afastar do seu cunho popular.

O logotipo definido é composto pelo nome popular "Feira Hippie" associado a um símbolo, ou seja, composto pela combinação texto e símbolo, duas informações importantes para o reconhecimento e pela associação e consolidação na memória do público; pois assim, ao apresentar o conjunto, não deixa dúvidas sobre a identidade da instituição, ao mesmo tempo em que gradualmente é feita a associação do nome da feira, presente e marcante no imaginário popular, com o símbolo proposto. Outra vantagem desse formato é a sua versatilidade, pois os elementos gráficos podem ser utilizados separadamente conforme a necessidade, além de facilitar a sua diferenciação, pois possui dois componentes gráficos exclusivos. A palha trançada foi o elemento artesanal escolhido como inspiração para o símbolo, pois é um elemento muito utilizado em artesanatos de diversas culturas, possui padrões facilmente reconhecíveis e está presente em diversos produtos da feira em questão. O símbolo também é inspirado em elementos que remetam as barracas da feira, além de ser delimitado por uma forma geométrica plana, pois apresentam uma área bem definida, são bem legíveis e possibilitam resultados interessantes na aplicação de estudos de morfose.






O resultado obtido foi um símbolo formado por 18 peças (trapézios) dispostas de maneira intercaladas para compor o hexágono, de tal forma que se assemelha ao padrão presente na palha trançada. Onde cada peça (trapézio) representa uma fileira de barracas e cada cor corresponde a um setor específico, o que facilita na organização e torna mais intuitivo a localização.



Para o elemento textual o arranjo visual escolhido foi uma modificação da fonte “Droid Serif”, uma fonte contemporânea projetada para uma leitura confortável em diversas mídias, inclusive em telas pequenas. As modificações efetuadas foram inspiradas em padrões indígenas e formas encontradas na própria feira, além de serem pensadas para facilitar sua replicação por métodos artesanais, por exemplo, pela serigrafia, xilogravura ou por estêncil.






Quanto aos feirantes, se mostrou necessário criar um crachá de identificação, pois não é apenas um documento versátil de extrema importância para identificação, uma vez que ele reúne as principais informações acerca do indivíduo relevantes para a instituição, como também proporciona ao feirante fatores reais de segurança em diversos ambientes, situações e propósitos. As cores utilizadas correspondem, especificamente, ao setor onde o feirante é cadastrado, utilizando a cor de fundo sólida previamente estabelecida para destacar os objetos de interesse.






O ideal é que os crachás sejam utilizados em conjunto com o tirante (cordão personalizado), pois mantém o crachá sempre a vista, dificulta que o crachá seja perdido pelo seu portador, auxilia em uma identificação dos feirantes de maneira fácil e rápida em meio a um fluxo relativamente grande de pessoas, além de divulgar e expor os elementos gráficos da instituição, reforçando a identidade visual da mesma e construindo uma relação simbólica de pertencimento entre os feirantes e a marca em questão.






O próximo passo foi definir os padrões gráficos representados nas lonas das barracas, direcionado de maneira versátil pelos elementos já estabelecidos, possibilitando assim a aplicação nas barracas atuais dos feirantes e em modelos de barracas mais modernos, onde as cores correspondem ao um setor específico, mas possuem o mesmo padrão gráfico responsável pelo aspecto de unidade entre os setores.






Para compor a comunicação visual, assim como parte da sinalização, foi proposto a utilização de totens triedro, que estarão posicionados entre todos os setores. O totem triedro é um expositor versátil, com boa mobilidade e funciona como um painel móvel que pode ser colocado diretamente no chão. Este tipo de expositor é um totem triangular que possui suas três faces destinadas à exposição, que, no contexto do projeto, podem ser utilizadas para sinalizar os setores, expor informações e histórias sobre a feira ou até mesmo apresentar um mapa do evento.




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Feira Hippie de Belo Horizonte - Identidade Visual
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