Existir
2009 - ongoing
Este projeto parte do meu íntimo familiar e encaminha-se para uma conotação temporal
futurista no âmbito da inexistência do amanhã.
As fotografias compõem uma relação entre o carnal e o existencial, quer pelo vazio dos espaços, quer pela frieza das texturas que nos envolvem. Os retratados residem numa pequena aldeia habitacional em Paredes, no Porto, assim como elementos comuns que remetem à ruralidade e tradicional Português.
Tratam-se de momentos genuínos e sinceros, despidos de qualquer encenação ou repúdio. Interessa-me sobretudo vincar as minhas raízes e encontrar conforto no futuro, onde o quotidiano, quando repetitivo, não se traduza no desinteresse ou transforme as vivências numa espera ao falecimento.
O que é que nos leva a escolher uma vida ténue? Será que há morte para quem se contenta com o existir?
As fotografias não só procuram refletir as partidas e a herança póstera, como questiona o avanço acelerado da vida. Quem quase partiu ainda cá está, embora quem quase vive já morreu.
Somos instantes e nada importa além do agora.
