Experimentações livre em barro cru e cerâmica
Edital “Ciclo de Residências Sarandira: Esculturas Públicas e Arte em Terra"
Finalista no edital “Ciclo de Residências Sarandira: Esculturas públicas e arte em terra”, com projetos de esculturas em terra crua, desenvolvidos junto a um coletivo de artistas Bruna Alves e Vivian Gerheim.
Existe uma marca que é deixada no nosso corpo pelo ambiente que vivemos, essa memória corporal nos afeta coletiva e individualmente. A terra, como matéria base, é o primeiro contato exploratório manual na memória coletiva, e por isso ressaltamos sua importância na relação entre corpo e cidade. Nas esculturas, vemos a oportunidade de experimentar diferentes vínculos entre terra e corpo. As marcas de mão na terra deixadas no produto final são referência à interação com o lugar: o tocar e deixar ser tocado, de transformar, de moldar, de construir, de se aproximar.  
A primeira proposta de intervenção fala sobre a interação do corpo com essa cidade através de uma experimentação do material com o olhar. É criado, portanto, planos dispostos de certa maneira que haja fendas em seus “quase ” encontros, permitindo orientar olhares e visadas que podem passar despercebidos no cotidiano. Além disso, são dispostas garrafas de variados tamanhos que direcionam o olhar e a luz.
Os planos são construídos progressivamente com aplicações manuais de terra e estruturados por uma trama que permite o encaixe de garrafas. A diferentes dinâmicas estabelecidas a partir dessa intervenção entre terra, luz e corpo torna a percepção dessa cidade mais sensível e atenta. 

Na segunda proposta buscamos a relação entre terra e o tato, a percepção do material e da cidade através de diferentes texturas de tecido, rede e alturas para se apoiar ou sentar. A dinâmica se estabelece a partir da conexão com o corpo e sua interação com o objeto e com a cidade, possibilitando uma pela pela. A aproximação faz parte da obra, assim, a troca também é material e é construída continuamente pelos que a utilizam.
Sua composição é baseada em tijolos de adobe, fixados por uma argamassa de terra e sua disposição no espaço será definida em acordo com os demais participantes da ação.

Na terceira escultura, investigamos o movimento provocado formalmente e que induz o espectador. O objetivo é possibilitar uma dança de olhares gerada pela curiosidade que o objeto desperta. A criação do emaranhado baseado no acaso, ainda que pareça de forma aleatória, é sentimental, conectando com quem a produz. As marcas deixadas pela peça trazem uma memória de seus criadores, uma referência às relações estabelecidas entre corpos e a cidade. 
A obra é feita de raízes, gravetos, pedaços de árvores e plantas remanescentes do local e trabalhados através de torções, encaixes, amarrações e quando preso ao chão são cobertos com terra. 
Artes Plásticas
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