Aos 13 anos, na pequena cidade de Aurora, Felipe e Matheus tentam lidar com o desejo e o afeto que descobrem sentir um pelo outro, mas as ameaças verbais e físicas do pai de Matheus tornam-se cada vez mais concretas, até que ambos os garotos são espancados violentamente por ele. É nesse momento que Graça, mãe de Felipe, resolve ir embora com o filho para Brasília e os garotos nunca mais se veem. Cinquenta anos depois, após a morte da mãe, Felipe retorna a Aurora para realizar o último desejo dela: ser enterrada em sua cidade natal. Felipe é recebido por parentes com quem não tem o menor contato e sua relação com a cidade é de luto e desconforto. No enterro de Graça, Felipe e Matheus se encontram pessoalmente e os dois não sabem bem como agir ou o que esperar um do outro. Unidos por uma memória de amor e violência, eles tateiam uma reaproximação, passeando por lugares da cidade que Felipe já nem conhecia mais. Felipe sente cada vez mais a necessidade de acertar as contas com seu passado e, apesar de ter marido e filhos esperando por ele em Brasília, resolve ficar em Aurora mais tempo, até a missa de sétimo dia da mãe. A partir de então, Felipe e Matheus se entregam aos desejos mais antigos. Entre carícias e conversas, eles buscam reconhecer no outro os vestígios que por muito tempo alimentaram suas memórias. Compartilham lembranças e histórias, buscando uma reconexão que é ao mesmo tempo fluida e incerta. Conforme a missa de sétimo dia se aproxima, Felipe e Matheus precisam aprender a lidar com a despedida iminente, com a resignação diante da vida e com a possibilidade de se olhar com leveza para o passado, o presente e o futuro. Suas emoções atingem um pico em sua última noite juntos na cidade, desaguando em uma despedida silenciosa e densa no amanhecer do dia da missa.