A Vila dos Industriários é um conjunto habitacional do bairro Passo d’Areia, um modelo arquitetônico e urbanístico, financiado pelo antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) e projetado por Edmundo Gardolinski e Marcos Kruter, na década de 1940.
Com a grande enchente de 1941, que atingiu a região central de Porto Alegre, a cidade teve que repensar os projetos de desenvolvimento urbano. A construção da Vila do IAPI, entre 1946 e 1953, surge neste contexto, transformando a configuração do bairro quanto à urbanização. O Conjunto Residencial do Passo d’Areia tinha por objetivo atender às demandas de moradia para os trabalhadores das indústrias.
O projeto arquitetônico, moderno e inovador para a época, foi baseado nos modelos das cidades-jardins europeias para operários, onde os conjuntos habitacionais, além de ter espaços específicos para casas, jardins e áreas verdes, previa a criação de edifícios públicos e culturais, escolas, serviços e oportunidades de emprego, proporcionando aos operários uma melhor qualidade de vida e maior independência do centro da cidade. Construída em uma área aproximada de 67 hectares, a Vila do IAPI conta com 2600 moradias concebidas sob uma percepção arquitetônica francesa. Suas ruas possuem árvores nativas, que foram preservadas até hoje, casas individuais, geminadas, sobrados e conjuntos de apartamentos em edifícios de até quatro andares. Os espaços de lazer são ajardinados, procurando manter uma integração com o meio ambiente.
Após mais de 60 anos de sua construção o IAPI ainda mantém muitas de suas características originais inalteradas, sendo considerado uma área de interesse para a cidade, por seu valor arquitetônico e histórico e como exemplo de construção de uma identidade cultural.
