Cuentapropistas. Havana, 2017.

Na ilha cubana, a mão estatal dos Castro ainda é forte e, como a sociedade está organizada, poucas são as áreas de atuação cujo empreendedor pode desempenhar de forma independente. Há alguns anos o governo vem progressivamente ampliando as atividades privadas permitidas e concedendo licenças para o exercício autônomo. Como a média dos salários pagos aos funcionários públicos é proporcionalmente muito baixa, essa medida possibilitou maior desenvolvimento econômico para algumas famílias. Porém, em meados de 2016, na contramão da crise financeira percebida no país, inúmeros cuentapropistas foram severamente notificados, multados e obrigados a encerrar os seus negócios, levantando a suspeita entre a população quanto ao interesse no recuo das atividades não controladas diretamente pelo Estado.
Enquanto os motivos e objetivos desse recuo não vêm à tona, independentemente da posição política, os cubanos se esforçam para sair das sombras do Estado e ocupam as ruas em busca de um lugar ao sol.