[English text below]
Contexto
O projeto “Passeia, Jardim Nakamura” tem por objetivo garantir maior conforto e segurança nos deslocamentos a pé, que são maioria no bairro – localizado no Jardim Ângela, em São Paulo –, e valorizar o território e a comunidade local. A iniciativa é um projeto piloto de “legibilidade cidadã”, ou seja, implantar, no espaço público, elementos de comunicação que promovem a possibilidade de cidadãs e cidadãos conhecerem melhor seus próprios territórios, entenderem seus caminhos e se apropriarem das histórias contadas pela paisagem.
Desafio
Criar a identidade visual e as placas dos três diferentes níveis de informação (informativas, indicativas e de localização) e criar identificação por parte das pessoas que moram no bairro, fugindo de estereótipos presentes em representações de regiões afastadas de grandes centros.
Solução
Inspirados pelas formas encontradas no bairro, criamos grafismos que foram utilizados nas peças e também aplicados em estêncil pelas crianças em uma caça ao tesouro no mutirão de aplicação da sinalização. As cores foram inspiradas no contraste dos diversos graffitis da região e a tipografia escolhida dialoga com as letras presentes nas redondezas do bairro, além de seu aspecto condensado otimizar a aplicação de diferentes tamanhos de texto nas placas.
Leia mais sobre o projeto no seguinte link: https://medium.com/@sampape/pela-primeira-vez-sinalização-para-pedestres-chega-a-bairro-da-periferia-de-são-paulo-395a40d99bb0
Context
Challenge
Solution
Listas de produtos, informações, avisos e demais elementos textuais encontrados no bairro serviram de inspiração para a fonte escolhida para o projeto. Por ser levemente condensada, a fonte otimiza a inserção de diferentes tamanhos de texto nas placas. O desenho das letras é bastante legível e apresenta caracteres distintos entre si – característica visível, por exemplo, em letras como o "I" ("i" maiúsculo) e o "l" ("L" minúsculo).
As grades, cobogós, tijolos e texturas presentes na região inspiraram os grafismos criados para a identidade visual.
Os pictogramas criados indicam desde as escolas e pontos de ônibus presentes no bairro até elementos mais particulares, como a mina de água potável e a propriedade onde o bairro começou – onde havia jacarés "de estimação" favorecidos pela abundância de água e umidade das terras da região.
As placas informativas contam a história e trazem informações sobre lugares importante para os moradores.
As placas indicativas apontam a direção dos pontos de interesse e trazem informações como a distância caminhando da placa até o local e os pictogramas que auxiliam no entendimento da informação.
As placas de localização apontam onde a pessoa está no bairro com apoio de um mapa, além de indicar a localização dos pontos de interesse. As placas também contém um círculo cujo raio representa onde a pessoa chega caminhando em 5 minutos.
A visualização de cada mapa corresponde à direção para onde ele aponta. Essa particularidade fez com que o norte de cada mapa esteja em uma direção diferente, pois foi priorizada a percepção da localização onde a pessoa está e o que ela vê ao redor de si própria. Em cada mapa há também uma indicação da localização do centro da cidade com relação ao local da placa.
Na implementação realizou-se um evento de mutirão comunitário para a instalação das sinalizações, envolvendo voluntários, organizações e moradores locais. Três intervenções visuais em pontos estratégicos do bairro foram realizadas pelo Manifestintação Crew e CicloSocial Arte, grupos locais de graffiti, representando temáticas de mobilidade ativa e a valorização da identidade comunitária. Crianças também foram envolvidas no processo: enquanto acontecia o mutirão para instalação, aplicou-se uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto COURB para engajamento, denominada Caça ao Tesouro. Nessa atividade, os “urbanistas mirins” receberam pistas de locais atrativos, localizaram os pontos no mapa e exploraram o território.